União Ibérica (1580 a 1640)
Historicamente os dois países da Península Ibérica têm muito em comum. Após o domínio romano, a Península foi governada por tribos germânicas e, posteriormente, pelos árabes do norte da África, os mouros. As disputas territoriais e sucessórias entre os reinos cristãos da Península aconteceram em meio à expulsão dos mouros, a partir do século 11. No século seguinte, Portugal se estabelece como um reino independente, mas as lutas com os espanhóis continuaram até o início do século 15.
Nos anos de 1470, Portugal passou a reivindicar o trono de Castela, um dos reinos espanhóis, mas desistiu da disputa com a Paz de Alcáçovas.
Em agosto de 1578, o rei de Portugal, Dom Sebastião, morreu sem deixar herdeiros, na batalha de Alcácer-Quibir, norte da África. Assumiu o trono seu tio-avô, o cardeal Dom Henrique, que veio a falecer em 1580. Foi este o último rei da dinastia de Avis.
Entre os pretendentes do trono português estava o poderoso Felipe II, da Espanha, que era neto de D. Manuel I. O Duque de Alba, que apoiava Felipe II, derrotou as forças de Prior do Crato, outro pretendente ao trono e que tinha apoio de grande parte dos portugueses.
A reivindicação de Felipe II foi aceita pelos nobres portugueses com algumas condições, por exemplo, o respeito aos costumes portugueses e a manutenção de funcionários portugueses na administração de Portugal e de seus domínio ultramarinos. Felipe II jurou atender às condições dos portugueses e, em abril de 1581, é coroado Felipe I de Portugal.
Portugal passou a ser governado por um vice-rei nomeado por Felipe.
Durante o domínio espanhol, as colônias portuguesas tornaram-se alvo dos inimigos espanhóis. Os ataques dos ingleses e franceses ao Brasil foram intensificados. Os holandeses, antes governados pela Espanha, iniciaram suas investidas nos domínios ultramarinos portugueses.
Outra consequência da União Ibérica é que o Tratado de Tordesilhas foi relaxado.
Felipe II morreu doente em 1598, quando a Espanha estava no auge de seu poder. Assumiu Felipe III (Felipe II de Portugal) que reinou de 1598 a 1621. O novo monarca negligenciou os compromissos de autonomia da administração de Portugal.
Em 1621, assumiu Felipe IV (Felipe III de Portugal). Sob seu regime, a autonomia de Portugal foi completamente violada. Espanhóis foram nomeados para cargos em Portugal, os impostos foram elevados e o comércio nos domínios ultramarinos portugueses, reduzido. Os holandeses dominavam o Nordeste do Brasil e sua grande indústria açucareira.
Ressentidos, os portugueses iniciaram um movimento de separação. Duas insurreições portuguesas ocorreram em 1634 e 1637, sem sucesso. As tensões aumentaram, em 1640, quando Gaspar de Guzmán y Pimentel, ministro espanhol, planejou usar tropas portuguesas para combater os catalães, que também estavam descontentes com o rei.
Em 1640, a Espanha estava em guerra com a França, a qual passou a apoiar o desmembramento de Portugal e da Catalunha. Esta proclamou uma república sob a proteção de Luís XIII.
Os portugueses também se insurgiram e proclamaram independência em 1º de dezembro de 1640. O Duque de Bragança ascendeu como o novo rei de Portugal, com o nome de Dom João IV. Ele era neto de D. Catarina de Bragança, uma das pretendentes do trono em 1580.
Inicia-se a dinastia de Bragança, que duraria até 1910. Entretanto, os conflitos na Península Ibérica continuaram, pois a Espanha só reconheceria a independência de Portugal, em 1668.
A restauração do reino português se dá com grandes problemas financeiros. Portugal perdera vários domínios na Ásia e seus recursos foram exauridos pelos espanhóis.
A conquista da Bahia pelos holandeses, em 1624, foi um dos mais importantes eventos durante a União Ibérica. A capital do Brasil era fundamental para o domínio do comércio no Atlântico. O evento teve rica iconografia e muita divulgação internacional no século 17. Forças luso-espanholas reconquistaram a Cidade do Salvador no ano seguinte.
Felipe IV da Espanha (1605-1665), tela de Diego Velázquez, original no Museu do Prado.
Felipe IV (Felipe III de Portugal) nasceu em Valladolid, Espanha, em 1605. Seu reinado marcou o declínio da Espanha como grande potência mundial.
Felipe II (1527-1598), tela da pintora italiana Sofonisba Anguissola, cerca de 1564.
Felipe II nasceu em Valladolid, Espanha, em 1527. Foi rei da Espanha (1556-1598) e rei de Portugal (1580-1598), como Felipe I. Filho de Carlos V, imperador do Sacro Império Romano.
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